O que é este "belogue" e em que língua se encontra? - Uma dissertação pelo autor

Quando eu comecei a escrever o dito "belogue", a minha intenção era primariamente educacional. Visava eu, na altura, explorar a cultura galaico-portuguesa, essa cultura misteriosa da qual pouco se fala no sistema de educação português, e menos ainda na comunicação social. Cultura misteriosa que, apesar de ser pouco explorada e pouco referenciada no "mainstream", apelou à minha pessoa, e, por consequência, decidi iniciar este "belogue" - um neologismo inventado por mim, caso o leitor esteja curioso quanto à origem etimológica da palavra.

Ora, o belogue apresenta uma linguagem pouco ortodoxa, poderá pensar um leitor que aqui se dirija sem nenhuma ideia prévia sobre as origens do belogue. Certamente, muitas das palavras empregadas pelo autor (eu próprio) não pertencem à Língua Portuguesa (pelo menos não a actual). Bom, as palavras utilizadas neste belogue pertencem a uma das três seguintes categorias:

  • Língua Portuguesa
  • Língua Galaico-Portuguesa
  • Palavras completamente inventadas por mim, que provavelmente nunca encontrará num dicionário e que foram construídas a partir de aglutinações de palavras das Línguas Portuguesa, Galaico-Portuguesa e Castelhana.
Mesmo o mais persistente leitor poderá perguntar porque deve ele gastar o seu tempo num belogue que se limita a compor texto numa língua não acreditada e inexistente. Ora eu respondo, lembre-se que Camões também empregara palavras inexistentes n'Os Lusíadas, por exemplo, portanto a questão do autor empregar palavras inventadas por si tem algum precedente e remonta até à época de Homero. A segunda questão é, como o leitor se deve ter apercebido, este belogue tem um fim mais satírico e cómico do que propriamente literário e histórico. Dito isto, a experiência de desconstruir o que foi escrito numa língua enigmática, digamos, faz parte da satisfação humorística de apreciar o belogue. A línguagem utilizada neste belogue, tem, portanto, como até o leitor casual de Gil Vicente ou das Cantigas de Amigo, de Amor, de Escárnio e de Maldizer, fortes resquícios de uma linguagem utilizada no território Português antes do séc. XVI / XVII. No entanto, muito consiste de invenções que apenas vagamente se baseiam numa língua historicamente estabelecida, e é esta dicotomia entre a ficção e o histórico que atribui uma certa sátira e um certo humor à linguagem deste belogue. Escusado seja dizer-se que, caso o leitor se sinta desconfortável com alguma utilização de linguagem, principalmente se desconhecer o significado intendido de algumas palavras, que disponha ao comentar nos posts pois quer eu, quer os leitores assíduos do belogue teremos o maior prazer em resolver a questão.

Já foi verificado que os leitores do belogue aproveitam mais o seu conteúdo precisamente se já tiverem sido expostos a literatura datada, tal como Gil Vicente ou as Cantigas acima mencionadas. Já agora, refiro também os autores com os quais mais me entusiasmo no campo das Cantigas Galaico-Portuguesas, e estes são os seguintes: Bernardim Ribeiro, Martim Codax, o próprio Rei D. Dinis e porventura Bocage cujas obras não foram redigidas em Galaico-Português mas assemelham-se às Cantigas de Escárnio e Maldizer.

Com este nota final concluo esta mensagem, e espero que o leitor se torne um leitor assíduo do belogue, e que convide os seus amigos e familiares a participarem nesta experiência Galaico-Portuguesa. Temos bastantes formas de partilhar o conteúdo, nomeadamente através do Facebook e do Twitter, portanto disponha destes serviços à vontade.

Despeço-me com todo o prazar,
Huã Galego-Português de Grã Ualor

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